A interferência decisiva de uma agência de casamento nos aproximou e nos deu o sonho de uma união nos padrões bíblicos do “até que a morte nos separe”, mesmo não sendo uma agência religiosa. Foi a presença de Deus em nós que fez a ajuda da Agência fechar o circuito do amor eterno.
Depois de muito trilhar caminhos em busca da minha alma gêmea, nos quais atravessei noites e noites em claro (ou sem deixar qualquer mulher ao lado dormir um pouco), depois de correr riscos enormes pelos perigos do sexo sem preservativos, depois de namorar dezenas de moças aparentemente comuns ao que se vê hoje em dia, depois de quase engravidar uma que quase foi noiva, depois de viver amasiado com uma outra que eu conheci na noite, depois de abandonar esta, depois de casar oficialmente com uma moça que eu conheci na igreja evangélica, e depois de me separar desta última, enfim, decidi “arriscar” e me inscrever numa empresa do tipo “Agência de Casamento”, pois minha fé não permitia novas incursões pelos caminhos perigosos da vida desregrada, e eu mesmo já estava cansado – com quase 40 anos – de procurar e dar com os burros n’água, literalmente, enquanto eu continuasse burro para crer na ilusão de que a felicidade carnal existe na Terra.
Inscrito numa boa Agência de Casamento, que tinha o nome de um Clube Privado (vide aba “Documentos-1”), logo logo dava para ver que nenhuma das dificuldades profusamente enviadas pelo mundo contra nossos sonhos de amor, mantinham-se no seio do grupo particular da agência, e aqui residia o segredo que o mundo não vê ou não quer ver.
Tendo uma Agência de Casamento como intermediária de todas as ações da busca pelo amor, inclusive com as ajudas incipientes do mero ato de dizer: “eu gostaria de te conhecer melhor”, ou de perguntar: “você quer dançar comigo?”, a coisa toda ficava facilitada e o processo nem de longe parecia a rotina cansativa de tentar encontrar uma namorada que valha a pena registrar no mais elevado sonho.
A Agência serve então como ferramenta intermediária de facilitação das regras do complicado jogo do amor (que no início se chama “jogo da paquera”), aproximando homens e mulheres sem os riscos broxantes do fingimento, da falsidade e até do “bullying”... (Creia: isto também existe no processo, e é tão doloroso quanto).
Se a Agência for boa o suficiente para se organizar previamente e, de modo a abranger todas as nuances do terrível jogo, oferecer aos seus “sócios” um extenso programa de regras, características e procedimentos facilitadores daquele encontro tão desejado (seus associados também precisam ser preparados desde o início para sonhar o sonho da qualidade total no amor), nenhum de seus membros inscritos se queixará de nada; pelo contrário, sentir-se-á no seio da felicidade que sempre sonhou e na qual já estava desanimando de acreditar.
É incrível como uma boa dose de organização pode desfazer inúmeros “pré-julgamentos” de qualquer natureza, sempre prejudiciais a qualquer empreendimento. Afinal, no dia-a-dia e no noite-a-noite das paqueras do jogo do amor, ninguém está ligando a mínima para assumir cuidados com aquilo que subsiste naturalmente no planeta inteiro, pois todo mundo pensa que para se amar alguém o sistema é tão fácil quanto respirar, urinar ou mesmo transar. Tem-se sempre a aparência, à primeira vista, de que para se conquistar um parceiro, basta ser gente “normal”, ou comum, ou qualquer um. E aí está o grande engano e perigo.
Com a experiência de quase 60 anos de vida e com a sapiência de inúmeros outros homens e mulheres que se dedicaram a entender o jogo do amor, estava claro para mim que o mundo é tão perigoso e cheio de armadilhas que até a mais sublime poesia foi contaminada por esta tendência belicosa deste planeta violento, e por isso o jogo da paquera precisava ser, ele mesmo, resgatado à pureza dos tempos românticos, antes mesmo de se resgatar a realidade dos casais bem intencionados.
Porquanto houve um tempo em que os males do mundo – que já existiam – não batiam à porta do processo, ou se batiam à porta, não chegavam a entrar na casa dos verdadeiros “sonhadores de Apolo”. E se entrassem, eram logo expulsos pela imediata percepção de que não traziam boa companhia, e muito menos paz de espírito.
Então era assim que deveriam funcionar as agências de casamento, por menos recursos que tivessem, pois do contrário não passariam de meras arapucas para juntar casais de fornicadores! (Tais agências seriam então apenas eufemismos para bordéis e inferninhos, e disto o mundo já estava cheio até a tampa!). A idéia cristã de um “Casamento-a-três” precisava, urgentemente, ser recuperada, mas o mundo moderno jamais faria isso com a mídia inteira a apontar para o casamento-aberto e outras aberrações morais, todas atualmente “aplaudidas” pela sociedade viciada pela propaganda erotizante de nossos dias.
Voltando à nossa história pessoal, e num belo dia do ano de 1996, duas almas que jamais haviam se visto (ambas estavam naquela condição de cansadas de procurar em vão a sua alma gêmea), decidiram, por obra e graça de Deus, se inscrever numa Agência de Casamento organizada, e ali preencheram uma “folha corrida enorme”, deram seus dados cadastrais completos e responderam a um questionário com 50 perguntas diretas e sinceras, por meio das quais o computador central da Agência iria cruzar os dados e verificar quais fichas “casariam” nos pontos de afinidade, fugindo da regra absurda do mundo de que os opostos se atraem.
A máquina levou uns dois dias para fazer tudo isso, e no dia seguinte eu recebi um telefonema da diretora do Clube, me informando que o computador havia encontrado uma moça cuja ficha “batia” com a minha, e me perguntava se eu não gostaria de conhecê-la.
A moça também recebeu um telefonema, só que avisando que 5 candidatos haviam formado graus diversos de afinidade com ela, e assim ela deveria escolher com quem queria conversar primeiro. O Sistema obrigava a que ninguém iniciasse namoro apenas pela coincidência de afinidades do computador, mas sim após sessões de psicoterapia e psicodinâmica de casais, em conjunto e isoladamente, e também após pelo menos duas conversas pessoais assistidas pelo psicólogo do Grupo.
O último passo era uma conversa a sós dos dois interessados, a qual deveria ser o mais sincera e direta possível, mas sem priorizar o tema “sexo e intimidades”: o foco do assunto tinha que ser os objetivos em comum do futuro casal, e o que eles esperavam do futuro em comum.
E foi assim que eu conheci a Maria de Lourdes, que se tornou, depois de quase sete anos de namoro e um de noivado, a futura senhora Malu Valente, com quem estou até hoje, no sonho eterno do lar sonhado por Deus.
A nossa experiência foi tão perfeita e benfazeja que nós dois, desde aqueles tempos, jamais deixamos de sonhar em fundar uma outra Agência para ajudar almas a encontrarem seus “pares perfeitos”, ou pelo menos, formarem casais menos desajustados do que frequentemente se encontra no mundo.
Mas este nosso segundo sonho só se consolidou muitos e muitos anos depois, pois não tínhamos a mínima ideia de como “facilitar as facilidades” que desejávamos oferecer aos casais, e muito menos tínhamos recursos financeiros para tal.
Eis que o mundo teve que girar muitas e muitas vezes até que a Internet chegasse e dominasse tudo, e assim despertasse a nossa visão e nos chamasse de volta ao sonho. Depois de longos anos navegando na Rede, um estalo soou para nós e vimos o modus operandi de uma empreitada dessas, com a alegria de poder, a partir de agora, unir o útil ao agradável.
Assim nasceu a Agência “Casamento-a-Três”, cujo título, longe de indicar uma condescendência para com a depravação do mundo, obriga os seus inscritos a anteverem sua união com candidatas que já estejam, elas mesmas, “casadas” com Deus. Nada que lhes dê direito a pensar em freiras ou pastoras, mas numa alma que já descobriu que sem Deus nenhum casamento dura, e se dura, o faz somente por meio de fingimentos e renúncias dolorosas.
Fundadores: João Valente e Malu Valente.
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